segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Novo ano, novas eleições

O ano que vem teremos novas eleições para o mais alto cargo da administração pública no país, e muitas pessoas já estão alvoroçadas quanto aos nomes e partidos que já se colocaram para a disputa. No entanto, a pergunta é: votar em quem?

Quem me conhece já sabe que não gosto do PT, Lula, Dilma e afins, então nem preciso fazer muita força para dizer o porquê de não querer e nem votar no candidatado do governo, mesmo assim vou citar alguns pontos que devem ser levados em conta na escolha do seu candidato. 

Desde que este partido assumiu o comando do Brasil, não alterou nada da economia que já não tivesse sido planejado e adotado pelo governo anterior, sendo que os benefícios foram em decorrência de não fazerem besteira (e nem arriscar) e pela calmaria que foi a economia mundial (pelo menos até a crise de 2009).

Em termos de educação e saúde não foi feito nada para resolver o imenso problema que temos. Meu pai tem 63 anos, e fico admirado quando ele e meus tios falam que estudaram em colégios públicos e que o ensino era muito bom, ótima qualidade mesmo. Hoje é muito fraco, a tanto que quando cheguei a cogitar a possibilidade de transferir meus filhos para escola pública, uma amiga que é professora da rede pública de ensino em Curitiba nos disse que esta deveria ser a última opção, pois o ensino público tem seu currículo atrasado em pelo menos 1 ano, se comparado aos currículos de escolas privadas, isso sem falar na qualidade do ensino. Em 12 anos de PT no governo, nada foi feito para corrigir o ensino no Brasil. Não teve investimento, não teve “programa social”, nem mesmo “importaram” professores.

Já na saúde teve uma medida que não passa de um paliativo eleitoreiro (já escrevi sobre isso neste texto - Algumas coisinhas sobre os médicos cubanos). De resto, porcaria nenhuma foi feita. Ainda que a teoria do Sistema Único de Saúde (SUS) seja uma boa, não existe investimento nesta área, a tanto que grandes hospitais de referência regional estão praticamente quebrados. São pessoas jogadas em estreitos corredores aguardando atendimento, ou ainda, mesmo que atendidos, estão jogados em macas (se tiverem alguma sorte) tomando soro com medicamento na veia. Não tem remédio, não tem aparelhos que possam ser usados, sendo possível que se passe mais tempo aguardando para conseguir uma consulta ou exame do que o tempo de uma gestação. Tratam o povo com descaso, é só o que posso acreditar.

A segurança também é outro fator desesperador. Vemos os grandes centros urbanos sofrendo com o aumento da violência, e não existe nenhuma medida federal para auxiliar na solução deste problema. Isso sem falar nos casos absurdos de territórios (favelas, morros, bairros) comandados por marginais, deixando a população como verdadeiros reféns.

É verdade que os três pontos indicados podem ser jogados nas costas dos governos estaduais e/ou municipais, mas como não se trata de um problema localizado/regionalizado, sendo na verdade um problema nacional, cabe ao governo federal apresentar medidas para solucionar o problema. O presidente da república não pode simplesmente fechar os olhos e jogar nas costas dos outros, tem que bater no peito e chamar a responsabilidade, até porque esta pessoa com certeza disse que estas bandeiras seriam “prioridades” na eleição que venceu.

Nem vou falar do Programa de Aceleração do Crescimento, que em nada acelerou o crescimento, aumentou o caso de desvios de verbas públicas e vemos várias obras que simplesmente não andam.

Para não dizer que nada foi feito nestes 12 anos de governo do PT, temos que reconhecer que os programas sociais (as bolsas variadas) tiveram um impacto para várias pessoas, bem como injetou mais dinheiro na economia. Mesmo assim foi pouco, muito pouco para 12 anos de governo, além dos diversos problemas que foram criados, como os casos dos dependentes (ou acomodados) destas bolsas, dos que desvirtuaram a intenção dos programas, etc.. Claro que não podemos generalizar, pois tiveram vários casos de pessoas que aproveitaram a oportunidade para mudar de vida, mas esta não foi a regra e nem a maioria, e todos sabemos disso.

Se parar por aqui já tenho muitos motivos para não querer que este governo continue, sem citar os casos de corrupção (até porque isso não é de exclusividade deste partido), nem precisando fazer destaque à minha contrariedade ideológica, ou ainda, falar sobre divergência com várias imposições que o partido tem jogado na cara da sociedade. Assim, se eu puder recomendar, indico que não votem no PT nas próximas eleições.

Até aí, ok ... mas votar em quem? Afinal, não basta apenas dizer “não vote na Tia Dilma”, temos que analisar quais as opções que temos.

Já não é novidade nenhuma que PT e PSDB agem de forma praticamente igual, sendo que as diferenças não são fatores tão gritantes assim. Os dois partidos ajudam as grandes empresas, favorecem os banqueiros, apresentam vários casos de corrupção, etc., sendo diferente o fato de que o PT assume publicamente sua tendência socialista e tenta impor seus pensamentos na cara de todo mundo. No final das contas os dois são partidos neoliberais, sendo que um associa a sua linha socialista ao contexto. Portanto, eu não acredito que o Sr. Aécio Neves (pré-candidato do PSDB) seja o presidente que o Brasil precisa, porque efetivamente não acredito que ele vá revolucionar a administração pública, e se entrar no governo vai acabar mantendo tudo que está aí do mesmo jeito.

Ouvimos falar da Sra. Marina Silva, e vou te dizer: para mim não tem pulso para aguentar o tranco. Além disso, até hoje não apresentou uma boa proposta, trazendo consigo apenas um discurso de moralidade (já vi isso no PT, PSDB, e coisas afins). Quando tem algum assunto dito polêmico pela frente, até se diz contra (como é o caso da legalização de drogas como a maconha), mas fala que deveria ter uma consulta pública sobre o assunto. Olha, eu não quero um presidente que não tenha firmeza em seus ideias, quero alguém que decida e faça, pode até fazer errado, mas que tenha peito para fazer e encarar as consequências se for o caso. Se a cada momento o Brasil ficar gastando dinheiro e tempo com consultas públicas, aí sim que não se faz mais nada mesmo.

É possível que, ao invés de Marina Silva, tenhamos o Sr. Eduardo Campos (PSB) como candidato à presidência da república. Engraçado que muitos vão acabar perguntando: “quem mesmo?” Esse já um dos primeiros problemas dele, o fato de não ser uma figura tão conhecida a ponto de arregimentar votos. De qualquer forma, já se mostrou como mais um político vendido, pois tem horas que é da base aliada de Dilma, tem horas que é adversário político. Já namorou uma parceria com o PSDB e agora recuou (de novo) para voltar o namoro com o PT. Já não basta ser um ilustre desconhecido, ainda tem que ser um indeciso??? Se fosse bom mesmo, com aquele perfil de administrador público que o Brasil precisa, não iria ficar nesse joguinho besta, bastaria colocar seu nome na disputa, apresentar suas propostas e mostrar seus feitos. Este é mais um que se entrar no governo vai deixar tudo do que jeito que está, e serão mais 4 anos de nada de novo.

Enfim, destes quatro nomes que aparecem, nenhum pode ser visto como o salvador da pátria. Todos são ruins, não mostram competência para mudar o Brasil, adoram fazer discurso de moralidade, atacar seus adversários e blábláblá, e quem sai perdendo nisso tudo é o país. Vai nos restar escolher alguém por comodismo, medo da mudança, divergência ideológica, simpatia (ou antipatia ou ódio ou nojo), ou seja, por qualquer outro motivo que não a competência administrativa. Infelizmente não temos ninguém no Brasil que seja um bom referencial político de destaque, que pudesse ser lembrado como um líder que passasse confiança, competência e moralidade. Se temos bons políticos, estão ofuscados pelos grandes nomes de seu partido, ou ainda, tachados como “mais um ladrão” (como muita gente fala sobre a classe política), ou até mesmo manchados com as denúncias de corrupção em que seu partido foi envolvido.

Também não temos nenhum partido político que não se venda. Como disse o Ministro Joaquim Barbosa (do STF), “no Brasil temos partidos de mentirinha”. Particularmente eu não gosto da postura do ministro em muitas coisas, mas essa frase dele é uma verdade.

E no final, a pergunta ainda fica: e vamos votar em quem?
_____________________________________
Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
BRANDALISE, André Luiz de Oliveira, Novo ano, novas eleições, publicado em 30/12/13 no blog “André Brandalise” - http://alobrandalise.blogspot.com/2013/12/novo-ano-novas-eleicoes.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...